segunda-feira, 29 de março de 2010

Evite o efeito platô na sua dieta de emagrecimento!!



Quando paciente resolve perder gordura corporal, uma das terapias muito comuns é reduzir o consumo calórico visando promover um balanço energético negativo, o que faria o corpo consumir suas reservas energéticas (tecido adiposo). Esta tática não é das melhores pois tende a provocar com o passar do tempo (2 a 4 meses, depende de cada pessoa), o chamado efeito platô. Efeito platô é uma alteração do estado de equilibrio (set-point) entre o consumo e o gasto calórico. Se vc reduz seu consumo calórico, naturalmente seu corpo irá gastar menos energia também tentando voltar ao estado de equilibrio anterior, portanto seu metabolismo reduz e você pára de perder peso. Os motivos para isso podem ser diversos, por isso o nutricionista precisa avaliar. Pode haver redução excessiva do consumo calórico, pode haver aumento na produção de T3 reverso e redução do T3 normal (hormonios tireoidianos), perda de massa muscular, perda de massa óssea, redução do tecido adiposo marrom, disfunção mitocondrial, desidratação celular, perda da beta-oxidação de ácido graxos, redução nos hormônios do sono e para cada uma destas situações haverá um tratamento dietético indicado. Consumo de alimentos termogênicos, alimentos para estimular o aumento da massa magra, coquetel mitocondrial, rehidratação celular, estimular a função tireoidiana, e assim por diante. Mas acima de tudo, não tente fazer redução brusca do consumo calórico para perda de peso muito rápida, vc vai parar de perder gordura e ela voltará rapidamente, e em maior concentração.

domingo, 28 de março de 2010

PHOLIAMAGRA parte 2

Finalmente saiu um estudo na literatura mundial sobre o uso da Cordia ecalyculata, nome científico da brasileirissima Porangaba, comercialmente conhecida como PHOLIAMAGRA. E os primeiros resultados, realizados no Brasil, na faculdade de medicina de Ribeirão Preto, não são promissores quanto ao tratamento da obesidade. No estudo, os pesquisadores usaram por 15 dias uma dose de 2000 mg/kg e não observaram redução do ganho de peso nem redução na quantidade de comida ingerida ou seja, pouca eficácia quanto a ser redutor do apetite. Acho importante dizer que estamos no inicio das descobertas e precisamos de mais estudos que vejam efeitos da porangaba no ciclo celular do adipócito, no ganho de massa magra, se existe algum efeito anorexigênico intestinal ou hipotalâmico, ou os dois, se existe capacidade de redução da inflamação, se há alguma interferência na ação dos hormônios tireoidianos (resonsáveis por manter o metabolismo ativo), entre outras variáveis. Mas como o que temos até o momento é isso, continuo não prescrevendo. Obs: na prática, já recebi pessoas usando, com grande perda de PESO, mas não grande perda de GORDURA CORPORAL. Os efeitos diurético e laxativo são bastante razoáveis, mas isso não é tratar obesidade.



da Silva CJ, Bastos JK, Takahashi CS. Evaluation of the genotoxic and cytotoxic effects of crude extracts of Cordia ecalyculata and Echinodorus grandiflorus.J Ethnopharmacol. 3;127(2):445-50,2010.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Conheça a esculetina!!!

O ciclo de vida de um adipócito começa a partir de uma célula-tronco mesenquimal que prolifera e se diferencia em vários tipos de células, especialmente em macrófagos adipocitários e em pré-adipócitos (PA). Os PA por sua vez sofrem uma expansão clonal (se multiplicam - hiperplasia de células) e depois entram na fase de maturação e diferenciação. Uma vez maduros, podem hipertrofiar, aumentando sua capacidade de armazenamento de gordura. No final, o adipócito pode ser induzido à apoptose e morre. Isto é importante na medida em que possamos detectar os diversos componentes que agem nas diferentes fases deste ciclo celular, caso da esculetina, composto do grupo das cumarinas, presente por exemplo na camomila. Diversos trabalhos tem mostrado que a esculetina induz os pre-adipocitos na fase de maturação e diferenciação à apoptose, evitando que eles possam hipertrofiar, ou seja, inibe a adipogênese. Detalhe: esculetina também é antiinflamatória por inibir as enzimas LOX-5 e COX-2, que agem no metabolismo do ácido araquidônico.

Resultado: dormir emagrece, se for com chá de camomila, mais ainda. E ainda acorda desinflamado. Legal, não?

Fontes para pesquisa:

Yang JY, Della-Fera MA, Hartzell DL, Nelson-Dooley C, Hausman
DB, Baile CA. Esculetin induces apoptosis and inhibits adipogenesis
in 3T3-L1 cells. Obes Res 2006;14:1691–9.

Srujana Rayalam, Mary Anne Della-Fera, Clifton A. Baile. Phytochemicals and regulation of the adipocyte life cycle.Journal of Nutritional Biochemistry 19 (2008) 717–726.

Substâncias de origem vegetal potencialmente úteis na terapia da
asma. Brazilian Journal of Pharmacognosy 18 (Supl.): 785-797, Dez. 2008.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Consenso de diabetes 2010

Pessoal, saiu o consenso da Associação Americana de Diabetes 2010. Para ir à página da ADA e ver todas as partes do consenso (baixar se desejar), clique aqui.

Uso de agrotóxicos - primeira mão!!

Pessoal, recebi e-mail de uma colega jornalista da Folha de São Paulo dizendo que nesta segunda feira sairia uma reportagem mostrando o resultado de uma blitz que o governo realizou nas 6 maiores produtoras de agrotóxicos do país (especialmente as 3 maiores que salvo me engano são a Basf, a singenta e a Bayer), e o resultado é uso abusivo de defensivos agrícolas, além do uso dos que não são permitidos. É comprar o jornal para fazer a leitura completa. Orgânicos, naturais e agroecológicos já e sempre.

domingo, 21 de março de 2010

Nutrição e candidíase


A candidíase é uma doença causada pelo fungo Candida albicans. É uma micose que pode aparecer em diversas regiões do corpo, especialmente na boca (chamado as vezes de "sapinho"), na mucosa vaginal e no pênis (e regiões adjacentes), assim como é comum também aparecer em todos os pacientes que apresentam imunosupressão, ou seja, queda da sua resposta imunológica (bem comum em Sidéticos/Aidéticos).
Nesse ponto já é possível fazer a primeira correlção nutricional, pois, por se tratar de um fungo, pode ser combatido com microorganismos benéficos, saudáveis e probióticos, caso dos lactobacilos, bifidobactérias e até mesmo outros fungos (por concorrência), caso da Saccharomyces cerevisiae. Há um trabalho do ano passado que descobriu que uma das formas de tratar candida é oferecer nutrientes e combostos bioativos que sejam antagonistas dos receptores de membrana que servem para o acoplamento da proteína G, caso da Saccharomyces. Fundamental também dizer que além de colocar bons microorganismos no corpo, é preciso reduzir os ruins, ou seja, não oferecer substratos energéticos para que eles cresçam, reduzindo (ou até excluindo em alguns casos) portanto toda fonte de sacarose e lactose. Outro dado já bastante estudado na literatura é o efeito antifúngico do óleo de côco virgem, que é encontrado na "carne" branca do côco seco.

E o trabalho mais recente e que gostei de ler foi o uso da silimarina, composto bioativo da planta Cardo Mariano (prescrevo muito para trabalhos de destoxificação e esteatose hepática alcóolica ou não alcóolica), que eu estava lendo sobre sua ação contra hepatite C viral (comprovada), e acabei encontrando que este mesmo composto também é eficaz contra candida, melhorando a resposta imune e reduzindo a formação de citocinas inflamatórias (TNF alfa principalmente) e também o fator nuclear kappa B(NF-kB), um fator de transcrição de diversas proteínas que induzem a doenças crônicas inflamatórias.

Importante: todo tratamento de candidíase deve investigar o casal, e não somente o portador.

sábado, 20 de março de 2010

Peixe ou carne para prevenir demência?

Os efeitos do consumo de peixes e carnes na demência

Autor(a): Iara Waitzberg Lewinski

Pesquisadores observaram que quanto maior o consumo de peixes, menor a incidência de demência em idosos da América Latina, China e Índia. O consumo de carne, porém, mostrou resultados opostos.

Esta pesquisa, com duração de quatro anos, foi realizada com aproximadamente 15 mil idosos (≥ 65 anos), residentes nas áreas rurais e urbanas do Peru, México, China e Índia, e apenas nas áreas urbanas de Cuba, República Dominicana e Venezuela.

Os participantes responderam a uma entrevista em sua própria residência, sobre suas características sócio-demográficas, estado de saúde (com exame físico e neurológico para diagnóstico de demência, presença de doenças crônicas e hábito de fumar), hábitos alimentares (com perguntas padronizadas sobre o consumo semanal de peixes e carnes).

Após análise dos resultados, foi possível verificar que houve maior prevalência de indivíduos com hipertensão e doenças cardiovasculares nos centros mais desenvolvidos da América Latina, particularmente em Cuba. Contrariamente, o Peru apresentou os índices mais baixos de hipertensão. O país também continha menos fumantes, já em Cuba, na Índia e na China, o hábito de fumar era mais comum entre as pessoas mais velhas.

Dentre toda a amostra, houve 1340 casos de demência. A prevalência da doença variou de 6,3% a 11,7%, sendo os maiores valores encontrados nos países da América Latina. O consumo diário de peixes foi maior entre os idosos da Venezuela (50,4%) e China (29,1%), e menores entre os participantes da Índia (7,6%) e República Dominicana (7,9%). Com relação ao consumo diário de carne, os menores valores foram da Venezuela (15,1%) e os maiores da República Dominicana (54,8%), China (54,4%), Peru (38,9%) e Cuba (36,8%).

Aqueles com maiores nível educacional e poder aquisitivo relataram consumir mais carne e peixe, em todos os países analisados. Não houve associação entre o consumo de peixe ou carne com história de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 1 e 2, hábito de fumar ou depressão.

Em todos os países, exceto Índia, houve uma associação inversa entre o consumo de peixes e a incidência de demência (mas não com o grau da doença). O consumo de outros alimentos componentes da dieta não interferiu nos resultados. “Este foi o primeiro estudo com resultados significativos sobre a menor prevalência de demência entre aqueles com maior consumo de peixes em uma amostra populacional de cinco países da América Latina, China e Índia”, dizem os autores, uma vez que as evidências sobre este efeito protetor dos peixes era limitado aos países desenvolvidos.

A associação direta entre o consumo de carne e presença de demência só foi presente entre a população idosa de Cuba e do Peru. Em Cuba ainda houve uma associação significativa entre a gravidade da doença e a quantidade de carne consumida entre as pessoas com demência.

“Não tivemos informações sobre os tipos de peixe e carne consumidos, tamanho das porções e nem a respeito do método de preparo. Estes fatores poderiam ser bastante relevantes. Embora os resultados do estudo sejam válidos, não devem ser generalizados à população mundial, somente para aqueles grupos populacionais com hábitos dietéticos e de vida similares aos dos países estudados”, concluem os autores.


Referência(s)

Albanese E, Dangour AD, Uauy R, Acosta D, Guerra M, Guerra SSG, et al. Dietary fish and meat intake and dementia in Latin America, China and India: a 10/66 Dementia Research Group population-based study. Am J Clin Nutr. 2009;90:392-400.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Zinco e dor de ouvido

O zinco, que é um micronutriente, ajuda a fortalecer o sistema imunológico e aliviar e prevenir infecções. A maior parte das infecções do ouvido (otites) são bacterianas. Trabalhos recentes tem mostrado que crianças que apresentam deficiência deste mineral estão mais sujeitas à otites, e as crises são mais prolongadas. No caso das crianças com otite, outro aspecto fundamental é obsevar a alergia ao leite, principalmente quando a secreção, purulenta ou não, em demasia. A correção e o tratamento também passam pelo estimulo ao crescimento bactérias probóticas.

J Otolaryngol Head Neck Surg. 2009 Aug;38(4):477-82.
Comparative analysis of middle ear immune response and micronutrient level between mucoid and purulent otitis media.


Cochrane Database Syst Rev. 2010 Feb 17;2:CD006639.
Zinc supplements for preventing otitis media.

Pediatr Allergy Immunol. 2009 Jun 26. [Epub ahead of print]
Acute allergic skin response as a new tool to evaluate the allergenicity of whey hydrolysates in a mouse model of orally induced cow's milk allergy.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Novidade no blog!!

Pessoal, na coluna a direita, logo abaixo da enquete, está o link para a leitura do livro das IDR (ingestão dietétia de referência). Clicando no ícone vc vai direto à página das IDR (vc pode clicar nas pequenas janelas ao lado do icone e definir o que deseja, ler, comprar, etc, que já abre automaticamente), onde poderá ler o livro on line (ou baixar em pdf), copiar qualquer tabela das recomendações mais atuais de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais, fibras, equações para cálculo das necessidades calóricas, necessidades hídricas e muito mais. Fiquem a vontade.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Óleo de cártamo e obesidade


Óleo de cártamo é um óleo retirado das sementes da safflower, que é esta flor que se encontra na foto. Rico em polifenóis e ácidos graxos essenciais, tem se mostrado muito controverso na prevenção da obesidade e perda de gordura corporal. Trabalhos muito recentes do ano passado e deste ano mostram isso. Um dos trabalhos feitos com diabético tipo 2 comparando o óleo de cártamo com o ácido linoleico conjugado (CLA) mostrou que o uso do CLA foi mais efetivo em reduzir o peso e o IMC dos participantes, em apenas 8 semanas, enquanto o óleo de cártamo não produziu redução do percentual de gordura total. Entretanto, o grupo que usou óleo de cártamo teve redução importante na glicemia de jejum e aumento na adiponectina, citocina antiinflamatória produzida no tecido adiposo, fundamental para a manutenção do peso perdido após tratamento dos obesos. Já um trabalho deste ano, comparando um grupo que usou gordura de porco e outro que usou gordura de porco acrescida de óleo de cártamo, mostrou que o óleo de cártamo reduz a expressão dos genes que sintetizam as orexinas e grelinas, que são hormônios que aumentam o apetite, logo os pacientes tiveram menos fome. Além disso, o óleo de cártamo promoveu ativação dos receptores nucleares PPAR alfa, que são importantes para promover aumento da captação de gordura no musculo, estimulo da lipólise (perda de gordura) e oxidação (queima) da gordura. Outro trabalho também recente de 2009, comparou grupo que usou óleo de cártamo e outros com óleo de peixe ricos em EPA e DHA e mostrou que o óleo de peixe inibe a sintese de lipidios e o grupo que usou óleo de cártamo teve aumento nas gotículas de gordura dos hepatócitos (células do fígado).
Acho importante também observar que o óleo de cártamo é rico em ácido linoleico, da série w6, o que portanto pode provocar um aumento na proporção w6-w3. Portanto, ainda vejo com cautela o uso deste óleo.

obs: existe uma variedade de óleo de safflower rico em ácido oleico (e não linoleico) que normalmente não é utilizado nos suplementos visando perda de gordura corporal.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Livro de nutriçao "barato"

Pessoal, a livraria Rubio está com promoção na Krause, alimentos nutrição e dietoterapia, 12 edição. O preço deste livro é sempre superior a 300 irreais, e parece estar por 259,00, dividindo em 4x. há novidades bem interessantes nesta nova edição. Clique aqui para abrir no site da livraria.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Homenagem ao dia internacional da mulher

Hino Nacional às mulheres

Ouvir, ouviram e ouvir-te-ei pra sempre
Às margens de um rio de água límpida
Mulher heróica, que brada e grita em silêncio para se fazer presente
Que se desprende cada dia e vê brilhar o sol da liberdade
És maioria nesta Pátria Brasil
Que torna claro o piso escuro de nossa terra-roxa
Melhor exemplo de braço forte
Pois vence a dor do parto
Vertendo lágrimas e sorrindo sempre
É do teu seio que vem a vida
É com você que vivo a vida
Nascido no berço do teu ventre, deitado eternamente em tua mente,
Santo e iluminado é Deus que te criou
És garrida, na luta, vencida
Não queres ser melhor, nem pior
Apenas amada, idolatrada, salve-salve
A mulher brasileira.

Uma homenagem a todas as outras mulheres, em especial a que me trouxe ao mundo. Mãe, te amo.

sábado, 6 de março de 2010

Probióticos e gastrite

O consumo regular de probióticos pode ajudar no combate à gastrite por Helicobacter pylori?

Sim. A adição de culturas bacterianas específicas a um alimento o caracteriza como um alimento probióticos e pode ajudar no combate à gastrite por Helicobacter pylori.

Os gêneros probióticos mais utilizados em alimentos, como iogurtes funcionais, são o Lactobacillus acidophilus e Bifidobacteria SSP. Dentre as ações dos probióticos estão aumento da capacidade digestiva, melhora das defesas intestinais, modulação e sustentação da imunidade intestinal, potencialização das barreiras das mucosas e redução da sensibilidade alergênica aos alimentos. Estas atividades podem ocorrer no lúmen do trato gastrointestinal, na superfície das mucosas, no interior dos tecidos do hospedeiro, no intestino grosso, no cólon ou no estômago.

Pesquisas mostram que os iogurtes que contém Lactobacillus acidophilus e Bifidobacteria ssp podem exercer papel terapêutico na erradicação da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) em pacientes infectados através de seis possíveis mecanismos:

1- Competição direta por nutrientes entre H. pylori e os lactobacilos e bifidobactérias presentes no iogurte, resultando em inibição recíproca entre as espécies de bactérias

2- Os lactobacilos podem inibir diretamente a adesão da H. pylori ao epitélio gástrico

3- A adesão dos lactobacilos e bifidobactérias ao epitélio gástrico pode produzir um efeito de barreira e, como consequência, diminuir a adesão da H. pylori

4- O efeito imunomodulatório que os lactobacilos e bifidobactérias exercem no intestino pode suprimir a carga de H. pylori

5- A ingestão do iogurte com bifidobactérias neutraliza a produção de hidrogênio pelas bactérias intestinais, podendo levar a redução da carga de H. pylori no estômago

6- A inibição direta da urease pelos lactobacilos e bifidobactérias também pode ter associação com a diminuição da H. pylori, visto que a urease é um fator importante para a colonização da bactéria

Outras culturas probióticas também podem ser benéficas para a manutenção da saúde gástrica. Há descrito na literatura que o emprego de L. johnsonii La1 ou L. paracasei ST11, associada à antibioticoterapia, ajuda no combate ao patógeno Helicobacter pylori.

Embora algumas pesquisas tenham concluído que o consumo de iogurtes contendo probióticos seja efetivo na supressão da H. pylori, outras salientam que o alimento deve ser administrado em associação ao tratamento com antibiótico, para controlar a infecção desta bactéria.

As dosagens de iogurtes funcionais utilizadas nos estudos são bastante distintas e os resultados dependem do tipo de cepa probiótica, carga inicial da H. pylori, tipo de análise, entre outros. Em geral, grande parte dos trabalhos nesta área com resultados positivos utilizou em média a suplementação de 400 ml de alimento probiótico por dia, durante 4 a 6 semanas. Entretanto, ainda são necessárias mais pesquisas para obter uma padronização de dose e tempo padrão de consumo de probióticos, para que sejam efetivos na redução da Helicobacter pylori.


Bibliografia em www.nutritotal.com.br

Autora: Iara Waitzberg Lewinski

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ainda nos agrotóxicos!!

Aproveitando o comentário da Luiza, a recomendação mais básica é lavar com água e sabão de côco (não use detergente pois é dos saponáceos o que mais deixa resíduos químicos), pois a maior parte dos defensivos agrícolas é lipossolúvel, ou seja, não saem facilmente com água, mas mas saem com sabão. Existem os que vão precisar de bicarbonato (ai a recomendação está perfeita). Mas infelizmente há agrotóxicos que são de uso sistêmico, ou seja, são aplicados na terra (ou nela caem) ou na raiz das plantas e por elas são absorvidas (não ficam apenas nas cascas), não havendo meios para sua eliminação, por isso a necessidade de comer alimentos orgânicos e ter sempre uma dieta (hábitos diários de vida) que estimule todas as vias de destoxificação do corpo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dieta funcional não é cara!!

Fim de semana passado em uma aula de pós, observei uma aluna questionar que suplementos de probióticos eram muito caros e que a dieta funcional de uma forma geral era para ricos. Tendo a descordar de forma veemente desta afirmação e tentei dar exemplo à colega, e repito aqui, com referência bibliográfica:

1 - Vc pode utilizar suplemento de probiótico barato, caso do KEFIR.

2 - Quem disse que é preciso usar suplemento de probiótico para fazer crescer a microbiota intestinal probiótica? É simples: as bactérias patogênicas em nosso intestino estão sempre em concorrência com as probióticas, saudáveis. Logo, quando vc diminui a presença das patogênicas, automaticamente as probióticas tendem a crescer, claro desde que haja substrato energético para elas e não haja para as outras, ou seja, retire tudo que tenha açúcar e coma fontes de fibras, especialmente solúveis. Além disso, a acidificação do pH intestinal é fundamental, e se faz isso de diversas maneiras, simples e baratas, como ensinei lá no curso.


Em artigo: The administration of a prebiotic (oligofructose) to high-fat-diet fed mice was also shown to restore Bifidobacterium levels, which positively correlated with improved glucose tolerance, glucose-induced insulin secretion, and normalization of inflammatory tone by decreasing endotoxaemia in plasma and proinflammatory cytokines in adipose tissue [27]. (a administração de fibras prebióticas... restaurou os níveis de bifidobactérias...... melhorando a tolerância a glicose) Fonte: Interdisciplinary Perspectives on Infectious Diseases Volume 2008,Article ID 829101,9 pages doi:10.1155/2008/829101

terça-feira, 2 de março de 2010

Sorgo é um cereal!!

Me espantou o resultado da última pesquisa com grande número de votos para o sorgo, teoricamente não sendo considerado como cereal pela maioria dos votantes. Uma bela vantagem do sorgo é o fato de sua proteína não conter glúten, porém seu valor biológico é muito baixo, sendo bastante deficiente em 2 aminoácidos essenciais (ou seja, que o corpo não consegue produzir), lisina e treonina (veja artigo clicando aqui). Entretanto, consumir sorgo tem se mostrado efetivo na redução do colesterol por ser rico em policosanol, esteróis e alguns outros compostos fenólicos. Veja aqui.

Obs: Quinua não é cereal.

Agrotóxicos, obesidade e tireóide

Foi interessante ter passado no domingo, reportagem no Fantástico sobre o uso abusivo e clandestino de defensivos agrícolas em nossas lavouras porque vou falar deste assunto na sexta feira na palestra sobre obesidade. Há diversos trabalhos científicos no mundo inteiro mostrando os malefícios para o metabolismo animal, vegetal e humano destes pesticidas, herbicidas e inseticidas. Os dois principais que aparecem na reportagem são o tebuconazol e o fipronil, dois grandes xenobióticos que agem como disruptores endócrinos, levando ao hipotiroidismo (uma epidemia em nosso país, basta ver o número de pacientes atendidos com uso de hormonios tireoidianos, ou com nódulos tireoidianos, ou com bócio, ou ressecção total da glândula)e por consequencia redução na taxa metabólica basal e obesidade, além de alterações no sistema nervoso central como inibição dos canais de GABA, deixando a pessoa mais excitada e com a síndrome do comer compulsivo (beliscar a todo instante, dependência do docinho depois do salgado, etc). Quando defendo aqui o uso de alimentos orgânicos é por situações como essa demonstrada pela reportagem. Sempre que puderem, comprem orgânicos certificados, e atenção, cultura hidropônica não é orgânica.