terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Castanhas, nozes e amêndoas reduzem peso, pressão e colesterol

Neste fim de semana foi publicado um artigo que comparou entre 3 grupos, a eficácia da dieta mediterranea adicionada de 1 litro de azeite/semana em um grupo, com outro grupo que adicionou 30g/dia de sementes oleaginosas, e outro grupo que fez uma dieta pobre em gorduras, na capacidade em reduzir a síndrome metabólica. Todos os grupos não tiveram o consumo calórico controlado, o que vem ao encontro do que alguns nutricionistas defendem, especialmente os funcionais, de que regulando as funções celulares, o gasto e o consumo calórico tendem a entrar em equilíbrio. O grupo que apresentou maior redução do risco cardiovascular e da síndrome metabólica foi o que adicionou as sementes. Acho mais 2 coisas importantes de serem discutidas. Além do aspecto da liberação de calorias, está a demonstração de que não é consumindo pouca gordura que se melhora as funções celulares, e sim, sabendo a gordura correta que se deve consumir (por isso sou um grande defensor do abacate). Outro aspecto, são os melhores resultados das sementes em relação ao azeite extra-virgem. O azeite é um alimento espetacular já com sua eficácia comprovada, porém, é carente de nutrientes como os que encontramos nas sementes. Na minha visão e mostro sempre em minhas aulas, todas as células requerem 50 nutrientes para funcionar adequadamente. As sementes são ricas em zinco, que não encontramos no azeite. As sementes são ricas em fibras, que não encontramos no azeite. As sementes são ricas em selênio, que não encontramos no azeite, entre outros. Os nutrientes que existem no azeite, são encontrados de forma muito similar nas sementes, ou seja, polifenois, ácidos graxos insaturados, vitamina E, carotenóides, e outros em pequenas concentrações. Conclusão: castanha do brasil, castanha de caju, amêndoas de baru, e outras, são sementes tipicamente brasileiras, e que podem trazer grandes benefícios para nossa população, a um custo relativamente menor que os bons azeites. Procure um nutricionista para saber se vc tem alergia à sementes oleaginosas.

Artigo: http://archinte.ama-assn.org/cgi/content/short/168/22/2449

Forte abraço.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Televisão leva à obesidade

Estava fazendo minha pesquisa sobre alopécia, acne e cancer de prostata da minha monografia e encontrei um artigo fresquinho que comprova que assistir televisão aumenta o Índice de Massa Corporal (IMC) favorecendo o estado de obesidade. Estudo foi feito com mais de 11 mil pessoas e acaba de ser publicado em uma das maiores revistas do mundo. Conclusão: mexa-se.

Artigo: http://www.nature.com/ejcn/journal/v62/n12/pdf/1602884a.pdf

Frase do dia: Seus hábitos podem nutrir a inércia e a inércia pode nutrir o seu abdomen.

Resultado da pesquisa de frutas cítricas

O resultado da enquete foi interessante pois das 21 pessoas que votaram, 6 relataram apresentar sintomas com o consumo de substâncias cítricas ou muito ácidas, especialmente o suor na cabeça (27%). Já tive pacientes com estas mesmas reclamações e isto está muito ligado a reações alérgicas. Mesmo sem saber, as pessoas ao consumir estes alimentos, provocam um liberação mais intensa de histamina, um neurotransmissor que responde por reações alérgicas, provocando alguns efeitos, entre eles, o de vasodilatação periférica, o que provoca saída de água e o suor na cabeça (alguns pacientes desenvolvem enxaqueca/cafaléia), e aumento da frequência cardíaca e do débito cardíaco. Muitos pacientes sequer notam estas alterações cardíacas, mas no final do dia o cansaço aparece. Outro fator importante que as pessoas devem ficar atentas, é quando elas gostam muito de determinados alimentos, como por exemplo, balinhas ácidas. Se estas balinhas provocam prazer todas as vezes que são consumidas e quase geram um estado de dependência, é provável que esta pessoa seja alérgica a estas balas, pois s histamina e outros neurotransmissores (serotonina, dopamina, adrenalina, acetilcolina, etc)provocam sensação de prazer e ao mesmo tempo desencadeiam reação alérgica. Fim da história: fique atento(a) aos seus sinais e sintomas quando consumir estes alimentos e procure um nutricionista funcional.

Frase do dia: você gosta muito de chocolate? Cuidado: você pode ser alérgica a ele!!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Refrigerantes provocam explosão, ou melhor, disbiose intestinal

Como nutricionista funcional, não indico nem refrigerantes nem balas e afins; muito menos misturar os dois. Veja o vídeo.

Vegetais alcalinizantes do pH

Manter o pH sanguineo alcalino (em torno de 7,4) é um tarefa árdua para os nossos sistemas tampão. Durante a prática de atividade física e pelo estresse do dia a dia, existe forte tendência para a redução deste pH em virtude do aumento de corpos cetônicos, amônia, ácido láctico, íons hidrogênio, fosfatos, sulfatos, entre outros. A acidificação do ph sanguineo não parece ser benéfico pois induz à osteoporose, reduz o funcionamento de várias enzimas e aumenta a fadiga. Li um estudo recente que avaliou a eficácia de um complexo de vegetais e seus derivados em promover aumento significativo do pH urinário (que reflete a filtração do pH sanguineo)em 14 dias. O complexo era formado em sua maior parte por fosfatidilcolina, extrato de beterraba, alfafa, cevada orgânica, espirulina, clorella, fibra de maçã, extrato de broto de soja e de arroz integral, e menor concentração, pólen de abelhas e extrato de raiz de alcaçuz. A informação importante que fica deste estudo é que todos os compostos acima citados podem ser consumidos em uma dieta balanceada, equilibrada, fazendo parte do dia a dia, e quando necessário, suplementados. Para isso, a importância do nutricionista funcional.

Frase do dia: O Natal não é uma data, é um estado de espírito.

Artigo: http://www.jissn.com/content/pdf/1550-2783-5-20.pdf

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Colesterol de origem vegetal

Parece estranho mas continuo me indagando sobre esta afirmação. Eu já havia presenciado 2 artigos que demonstravam a presença de colesterol em produtos de origem vegetal mas sempre desconfiei pois eram trabalhos mais antigos e talvez a metodologia para obtenção dos esteróis fosse um pouco imprecisa. Lendo este artigo que cito no comentário sobre leite de amêndoas, novamente aparece o colesterol presente no óleo de oliva, assim como no óleo de Castanha da Brasil (antiga castanha do Pará). A controvérsia permanece, mas como eu as adoro, para mim é um prato cheio. Qualquer hora vou comentar sobre as fontes vegetais de B12. Pessoal, comentários aqui nas postagens são muito bem vindos, é assim que a ciência evolui.

Forte abraço.

Leite de amêndoas

Ontem fui testar uma receita de leite de amêndoas como forma de reduzir o consumo de leite de vaca pelos meus filhos. Igor e Guilherme tomam leite de vaca com proteína de soro (sem caseína) hidrolizada, mas o preço não é muito atraente. As amêndoas são as castanhas com maior teor de cálcio e excelente quantidade de ácido oleico (mono) e também excelente quantidade de polinsaturados (w-6 -fundamentais para formação cerebral). Eu usei cerca de 30 pequenas amêndoas, deixadas 2 horas de molho com 2 xícaras rasas de água e 3 tâmaras. Bati e coei. O que observei foi uma ótima aceitabilidade pelos dois filhotes, porém: saciedade muito limitada se comparada com o leite de vaca hidrolizado (com leite estavam dormindo estes dias cerca de 4 horas em sequência e com amêndoas foram 1 hora e 40 minutos), e , no caso do Igor, muitas cólicas. As castanhas em geral são notadamente flatulentas, e isto, como verifiquei, atrapalhou muito a noite de sono de Igor. A baixa saciedade talvez provocada pela baixa presença de gordura no leite de amêndoas, mesmo sendo uma semente oleaginosa, esteja relacionada à forma de extração batendo com água, que não parece retirar qrande quantidade de óleo da semente, o que pode mascarar um resultado esperado de utilização desta semente como excelente fonte de gordura. Gostaria de testar o mesmo leite mas acrescentando sementes de linhaça, para ajudar a extrair mais gordura e para elevar o teor de ômega-3, pobre nas amêndoas. Se eu tiver coragem de fazer novamente pois é uma judiação com os meninos, e os pais também ficam a noite toda sem dormir, postarei os resultados aqui. Um bom artigo para ver o perfil nutricional de sementes é: http://www.scielo.br/pdf/jbchs/v19n7/a21v19n7.pdf

Obs: em dois dias devo comentar o resultado da pesquisa sobre frutas cítricas.

Forte abraço.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Tá na época do Pequi

É verdade que o azeite é uma espetacular fonte lipídica de compostos bioativos, mas ainda não é tipicamente brasileiro (é sempre importante valorizar os produtores do norte de Minas e do Sul do Brasil que já estão desenvolvendo azeitonas aclimatizadas). Por isso acho válido ressaltar a qualidade das nossas fontes naturais de lipídios. Duas delas estão em plena época, abacate e o pequi. O Caryocar brasiliense(pequi)é muito apreciado nas populações do Brasil Central e muito utilizado em pratos com frango/galinha, no arroz e na forma de licor. Em termos nutricionais, é uma das maiores fontes de carotenóides, ácidos fenólicos com alto poder antioxidante e é considerado um fruto de qualidade gordura mediana, sendo fonte de ácido oleico (18:1 w9) e ácido palmítico (16:0). POr isso, valorizemos o pequi. Para ler mais sobre o tipo de ácido graxo do pequi, gostaria que você clicasse no link, mas não consigo criar um link, me perdoem; o endereço de um bom artigo é: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452007000300052&lng=pt&nrm=iso

Rabanada - O pecado do Natal

Tenho perguntado sempre aos meus alunos qual o maior "pecado nutricional" do Natal, e muitas são as respostas. Pernil de porco e farofas são respostas bastante comuns, mas para mim, sem dúvida, o problema é a rabanada. Em valor calórico, um pedaço de rabanada pode se assemelhar a outras preparações, mas pensando com a visão funcional, a rabanada oferece: glúten (alergênico e inflamatório), amido refinado (alto índice glicêmico), ausência da maioria dos micronutrientes (perda de função metabólica), gordura saturada e trans (leite - hipercolesterolêmicas e inflamatórias), proteínas alergênicas e de dificil digestão (lactoglobulina e caseínas), lactose (fermentação e flatulências), sacarose (índice glicêmico indesejável e fermentável, além de disbiose intestinal e cárie), e acroleína e acrilamida (fritura). Infelizmente nesta delícia de preparação, só se salva a canela e o prazer de consumir com toda a família.

Frase do dia: o amor encontrado no núcleo familiar supera todas as adversidades.

Forte abraço.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

GLA - Prímula e borragem também podem ser antiinflamatórios

Apesar do grande destaque para os ácidos graxos da série w-3, é sempre importante destacar que a partir da série w-6 também é possível produzir eicosanóides antiinflamatórios. As prostaglandinas da série 1 podem ser formadas a partir do DGLA, ácido graxo oriundo do GLA (ácido gama linolênico) encontrado nos óleos de prímula ou prímola, borragem e na groselha negra. Entre seus efeitos estão o de redução na proliferação de células musculares lisas na formação da capa fibrosa da placa aterosclerótica, indução da apoptose de células tumorais, redução na inflamação de células epiteliais (ótimo em casos de doenças como dermatites ee doenças autoimunes como vitiligo e psoríase), e redução dos sintomas da tensão pré-menstrual.

Forte abraço.

Frase do dia: o conhecimento é adquirido no livros, pela inteligência. A sabedoria é haurida pelo coração, na natureza.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ainda sobre os ômega-3 - Valorizando os alimentos

Continuando o assunto, resolvi buscar um pouco mais e encontrei 2 artigos bastante interessantes. Um de 2006 que mostra que o uso crônico de suplemento de DHA já formado inibe a conversão de alfa linolênico em DHA no fígado. Outro de 2007, que mostra que o uso de alfa linolênico e a redução do linoleico por 8 semanas aumenta a incorporação de EPA nos fosfolipídios das membranas. Conclusão: parece ser importante recomendar o consumo de fontes dos precursores da série ômega-3, caso da canola, linhaça, couve, hortelã, mamão, ovo rico em ômega-3, para promover melhora na resposta inflamatória, e evitar a suplementação crônica de óleo de peixe, o que inclusive ajuda a reduzir o custo de um tratamento dietético funcional.

Procure um nutricionista.

Fontes: J. Nutr. 137: 945–952, 2007 e J. Lipid Res. 2006. 47: 1812–1822.

LCPUFAS para recem nascidos

Este fim de semana ministrei aula de doenças cardiovasculares em São Paulo e sempre vira pauta a capacidade que o corpo tem de converter ácidos graxos essenciais, especialmente o alfa linolênico em EPA e DHA. Este fenômeno fisiológico é de extrema importância para crianças cuja necessidade de DHA é bastante alta, cerca de 10mg/Kg/dia nos 2 primeiros anos de vida. Segundo os artigos que li hoje, além desta recomendação sugerida, foi possível observar que a utilização óleo de linhaça (2,4g/dia por 3 meses) aumentou a quantidade de EPA e DHA nas membranas das hemácias na mesma proporção que o uso de óleo de peixe (1,2g/dia). Além disso, a utilização de sesamin, CBA (composto bioativo) retirado do óleo de gergelim, aumenta a taxa de conversão de alfa linolênico em DHA (no figado de peixes e talvez no do ser humano), o que pode contribuir e muito para a introdução de novos alimentos em crianças recem desmamadas, que consomem pouco peixe por questão cultural, financeira e alergênica, mas mantendo o aporte de DHA necessário para o correto crescimento e desenvolvimento das crianças.

Forte abraço

Fontes: : Lipids;43(11):999-1008, 2008 Nov e JPGN 47:S41–S44, 2008 e Am J Clin Nutr;88(3):801-9, 2008 Sep.

Frase do dia: mais vale perder um título jogando limpo do que ganhar por meios escusos. A consciência recompensa no futuro.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Nutrição funcional em pacientes com HIV

Para lembrar o dia internacional de combate à AIDS, vale a pena postar alguns comentários. Uma das classes de medicamentos utilizadas no combate ao HIV são os inibidores de integrase, que reduzem significativamente a interação e o desenvolvimento de novos vírus nos linfóticos T. Mas o mais interessante é que algumas pesquisas tem demonstrado que alguns nutrientes e fitoquímicos também podem exercer esta função. Alguns deles: O ácido rosmarínico, encontrado nos fitoterápicos melissa e alecrim; a curcumina, encontrada na cúrcuma ou no brasileiríssimo açafrão (em pequenas quantidades no curry); e o ácido L-chicórico, encontrado na chicória, hortelã e guaco.
Fontes: Eduardo Borges de Melo; Aline Thaís Bruni; Márcia Miguel Castro Ferreira. Inibidores da HIV-integrase: potencial abordagem farmacológica para tratamento da AIDS. Quím. Nova vol.29 no.3  São Paulo May/June 2006. LAURI LOURENÇO RADÜNZ. Efeito da temperatura do ar de secagem no teor e na composição dos óleos essenciais de Guaco (mikania glomerata sprengel) e Hortelã-comum (mentha x villosa huds). Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Doctor Scientiae. VIÇOSA, MINAS GERAIS . BRASIL, 2004.

Forte abraço!

Frase do dia: Deus é perfeito; quando se destrói um velho preconceito, ele agracia com uma nova virtude.